O pterígeo é uma condição ocular caracterizada pelo crescimento anormal de tecido na conjuntiva, a membrana transparente que cobre a parte branca do olho (esclera) e a superfície interna das pálpebras. Esse crescimento anormal geralmente se desenvolve-se do lado nasal e cresce em direção à córnea, a parte transparente na frente do olho.

Fatores que levam ao desenvolvimento do pterígeo
A exposição solar prolongada é uma das principais causas associadas ao desenvolvimento do pterígeo. A radiação ultravioleta (UV) proveniente da luz solar pode causar danos à conjuntiva e levar a uma resposta inflamatória. Essa resposta inflamatória tem como resultado o crescimento excessivo de tecido conjuntival, formando-se o pterígeo.
Além da exposição solar, outros fatores ambientais, como poeira e vento, também são considerados contribuintes para o desenvolvimento desta condição, pois também eles podem gerar ou acentuar uma resposta inflamatória.
Principais características do pterígeo
Crescimento: O pterígeo geralmente começa como uma pequena elevação no canto nasal da conjuntiva e pode crescer gradualmente ao longo do tempo. Em estágios mais avançados, pode cobrir parte da córnea, afetando a visão.
Cor e aparência: O pterígeo é frequentemente visível como uma massa elevada e vascularizada, pois ao se tratar de um processo inflamatório existe todo um afluxo de elementos inflamatórios que circulam no sangue. Pode variar em cor, aparece geralmente avermelhado ou rosado. Em alguns casos, pode tornar-se mais espesso e amarelado.
Sintomas: Em estágios iniciais, o pterígeo pode ser assintomático. No entanto, à medida que progride, causa sintomas como irritação, comichão, sensação de corpo estranho no olho e vermelhidão.
Impacto na visão: Em casos avançados, o pterígeo pode afetar a córnea e a visão, induzindo astigmatismo ou causar distorção visual. Também pode ocupar parte do campo visual, ao tapar parte da pupila, impede a passagem de luz e imagem nessa zona.
Como tratar ou retardar o crescimento do pterígeo
Procedimentos não invasivos e preventivos
O tratamento para o pterígeo depende do seu estágio de desenvolvimento, da gravidade dos sintomas e da extensão do crescimento do tecido. Em casos leves, a gestão pode envolver o uso de colírios lubrificantes ou anti-inflamatórios para aliviar a irritação e a inflamação. Os colírios lubrificantes ajudam a manter a superfície do olho húmida, reduzem o desconforto causado pelo secura e sensação de repuxamento. Já os colírios anti-inflamatórios podem ajudar a reduzir a inflamação e a resposta imunológica associada.

Procedimento cirúrgico
Em estágios mais avançados o especialista de saúde pode recomendar a remoção cirúrgica. A remoção cirúrgica é então considerada quando o pterígio causa desconforto significativo, distorção visual, astigmatismo induzido ou quando as medidas conservadoras não conseguem aliviar adequadamente os sintomas. A cirurgia de remoção do pterígio é chamada de excisão do pterígeo e é geralmente realizada em meio hospitalar. Durante o procedimento, o cirurgião remove o crescimento anormal de tecido e, em alguns casos, utiliza enxertos conjuntivais para cobrir a área onde o pterígeo foi removido. O enxerto pode ajudar a prevenir a recorrência do pterígio e promover a cicatrização adequada.

O acompanhamento pós-cirúrgico é essencial para garantir uma recuperação adequada e minimizar o risco de recorrência. Assim, após a cirurgia, os pacientes geralmente são orientados a usar colírios antibióticos e anti-inflamatórios, e devem seguir as instruções para otimizar os resultados a longo prazo. O pterígio, entretanto, tem uma tendência à recorrência, mesmo após a remoção bem-sucedida, e isso pode ocorrer em uma proporção significativa dos casos. Portanto, medidas preventivas, como o uso de óculos de sol para proteger os olhos da exposição solar, podem ser enfatizadas no pós-operatório para reduzir a probabilidade de recorrência.
A intervenção cirúrgica para a remoção do pterígio pode ser realizada mais de uma vez, especialmente se houver recorrência do crescimento do tecido após a primeira cirurgia. Contudo, a segunda cirurgia pode apresentar alguns desafios adicionais em comparação com a primeira, e o impacto pode variar dependendo de vários fatores, incluindo a extensão do crescimento do tecido, a abordagem cirúrgica anterior, e a resposta do tecido ocular ao procedimento.
Quando falamos de procedimentos cirúrgicos, temos que ter em conta que por mais simples que aparentem ser , são sempre invasivos, ficam alguns aspetos a ter em conta:
Cicatrização
O processo de cicatrização pode ser alterado pela presença de cicatrizes da cirurgia anterior. As cicatrizes podem influenciar a resposta do tecido à segunda intervenção, e a formação excessiva de cicatrizes pode aumentar o risco de complicações.
A recorrência do pterígio é uma preocupação, especialmente após a primeira cirurgia. O risco de recorrência pode aumentar com cada procedimento subsequente. Cirurgiões muitas vezes adotam estratégias específicas, como o uso de enxertos conjuntivais, para tentar minimizar esse risco.
Qualquer cirurgia ocular envolve riscos, como infeção, sangramento e alterações na visão. O risco dessas complicações pode aumentar com procedimentos adicionais, a técnica cirúrgica utilizada e o cuidado pós-operatório são críticos para minimizar esses riscos.
A saúde geral dos olhos, incluindo a presença de outras condições oculares, pode influenciar a resposta à cirurgia. Se existirem outras condições oculares concomitantes, como olho seco crónico, isso pode complicar a gestão pós-operatória.
Portanto, a prevenção do pterígio está associada à proteção ocular adequada contra os raios UV. Ao mesmo tempo que isso inclui o uso de óculos de sol com lentes de qualidade certificada, que bloqueiem os raios UVA e UVB, especialmente em ambientes externos onde a exposição solar é significativa, o uso de chapéus de abas largas também pode ajudar a proteger os olhos contra a radiação solar direta.







